Muita gente vai cair na folia neste carnaval em busca de um ou de vários beijos na boca. Beijar movimenta os músculos, queima calorias e libera hormônios, mas também pode ser um canal fácil para a troca de germes que entram no organismo através da boca ou da saliva.
Doenças respiratórias, doenças causadas por vírus, por bactérias e por fungos, e infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) podem ser transmitidas através desse tipo de contato.
👄 Infelizmente, não há beijo 100% seguro. E a realidade é ainda mais cruel: quem beijar mais bocas diferentes, tem mais chances de contrair doenças;
😙 Mas não precisa desanimar ou desistir de sair beijando por aí no carnaval: em muitos casos, a prevenção passa pela vacinação em dia ou por alguns cuidados básicos na hora da folia.
O g1 preparou uma lista com as doenças mais comuns transmitidas no contato com a boca ou com a saliva para você ficar de olho nos sintomas, nas dicas e também na boca de quem vai beijar.
Mononucleose
É a conhecida febre ou doença do beijo. A mononucleose infecciosa é causada pelo vírus Epstein-Barr, transmitido pelo contato direto com a saliva contaminada.
Os sintomas são bem parecidos com outras infecções virais: a doença pode causar febre, dor de garganta e ao engolir e dor nas articulações, por exemplo;
A diferença é que a mononucleose causa inchaço no pescoço (nos gânglios) e nos olhos (chamado de sinal de Hoagland) e manchas brancas na garganta (placas);
A doença também se manifesta de forma assintomática;
A mononucleose tem um pico de incidência maior na faixa etária de 15 a 25 anos;
Nos casos mais graves, pode provocar inchaço no fígado ou no baço.
“O diagnóstico diferencial é porque dá amigdalite bacteriana: fica cheia daquelas plaquinhas brancas na garganta e, como tem febre, é muito comum que os pacientes sejam tratados como amigdalite, o que pode piorar o quadro”, explica a infectologista Tânia Vergara.
A maior parte das pessoas se cura em poucas semanas – os sintomas podem durar de 15 a 30 dias. Não existe vacina ou tratamento específico para mononucleose, apenas para os sintomas.
💡 Dica: depois que os sintomas desaparecerem, troque a escova de dente por uma nova.
“Embora algumas doenças bucais não serem diretamente transmitidas pela escova de dente, existe uma pequena chance de que as bactérias ou vírus da doença possam ser transferidos para outra pessoa através do seu compartilhamento”, explica a cirurgiã-dentista e professora do curso de Odontologia da Universidade Metropolitana de Santos (Unimes), Carolina Foot Gomes de Moura.
Herpes labial
De repente, você começa a sentir coceira e ardência perto ou em cima do lábio. No dia seguinte, surgem pequenas bolhas agrupadas no local, como se fosse um buquê, que vão crescendo, crescendo, até que se rompem, formando uma ferida.
Essa é a herpes labial, doença também causada por um vírus e transmitida pelo contato com a boca ou com a saliva da pessoa infectada.
O contato com o vírus da herpes pode acontecer ainda na infância, mas sem manifestações: o vírus se instala no organismo e fica inativado;
Mas ele pode reaparecer e isso é causado por diversos fatores, como: exposição à luz solar intensa, fadiga física e mental, estresse emocional, febre ou outras infecções;
A fase de maior transmissão da doença é quando as bolhas liberam um líquido e há ferida;
Nesses casos, o ideal é evitar beijar a pessoa com a lesão;
O tratamento é feito com medicamentos orais ou pomadas, de acordo com indicação médica.
“Uma vez que você pega herpes, ele vai ser seu amigo para sempre. A qualquer momento em que você tiver um stress físico, mental ou local, a herpes poderá aparecer a qualquer momento”, afirma a médica Tânia Vergara.