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A CPI da Braiscompany

Em 2019, na ebulição do mercado das criptomoedas, deputados federais se mexeram para instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito na Câmara. As suspeitas sobre empresas e crimes de “pirâmides financeiras” eram o mote.

Na Paraíba, um fato novo reacende o debate. A empresa Braiscompany, de Campina Grande, entrou no epicentro de uma crise de desconfiança no universo bitcoin e de desespero público entre clientes.

Uma clientela que vai de pequenos investidores ao PIB do segmento empresarial e político do estado. Gente com pequenas economias de uma vida e poderosos com alguns milhões apostados na promessa de rendimentos de até 8% mensais.

Com pagamentos suspensos, sem conseguir cancelar contratos e nem ressarcimento pelos atrasos, clientes vivem o pior; o medo de perder tudo.

O temor é agravado pelas justificativas evasivas e até amadoras da empresa, personificadas e restritas à lives do dono do negócio, o empresário Antônio Ais Neto.

Poderia ser somente uma questão do Direito privado, mas o assunto virou de interesse público, inclusive das autoridades do Judiciário, quando eclodem indícios de pirâmide financeira, crime previsto na legislação brasileira.

Pelo Brasil, são muitas as empresas de fachada, amparadas nas plataformas digitais, aplicando golpes financeiros contra a ordem econômica popular. Os casos são recorrentes e os prejuízos incalculáveis.

O braço do nosso sistema público de segurança não está devidamente preparado e equipado para alcançar a estratégia calculada e ardilosa dos criminosos. Uma realidade que eleva a sensação de impunidade e estimula contraventores.

A Paraíba testemunha um problema público e notório, com direito a ampla cobertura da imprensa. A Assembleia Legislativa está tendo a oportunidade de sair na frente e começar o que a Câmara Federal ensaiou.

Sem julgamento prévio, uma CPI responsável e bem assessorada tem poder e prerrogativa para apurar um grandioso novelo que a Braiscompany pode ser apenas um fio frágil. No mundo da moeda digital existe um pesadelo real. O Legislativo precisa despertar!

MaisPB

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