Marcha da Negritude Unificada da Paraíba evidencia luta contra o racismo, em João Pessoa
A 6ª edição da Marcha da Negritude Unificada da Paraíba reuniu dezenas de pessoas nesta quinta-feira (21), no Centro de João Pessoa. Com o tema ‘Democracia e Memória para o Povo Negro: equidade racial e reparação’, os participantes de várias entidades representativas e da sociedade civil se concentraram na Praça Pedro Américo, em frente ao Teatro Santa Roza, de onde a Marcha partiu para o Parque Solon de Lucena. A iniciativa contou com o apoio da Prefeitura Municipal.
Marli Soares, coordenadora executiva da Marcha da Negritude Unificada da Paraíba, explicou que o evento celebrou o primeiro feriado nacional do Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra e lembrou as lutas ainda necessárias para avançar contra o preconceito. “A ideia é comemorar em festa, mas também em luta. Também vamos comemorar fazendo as críticas necessárias, porque estamos numa luta permanente. Aqui estão a Ouvidoria, a Defensoria Pública, grupos de Direitos Humanos, movimentos sociais, empregadas domésticas. É uma grande marcha com várias representações”, falou.
Nivaldo Pires, do Observatório Antirracista da Paraíba, evidenciou a história por trás dessas lutas. “O avanço dessa marcha é importante primeiro pelo simbolismo dela, que simboliza não só a memória de Zumbi dos Palmares, um grande líder negro cujo exemplo fez com que não só os quilombos que se juntaram a Palmares lutando por liberdade, por igualdade, justiça social e racial, pudessem acontecer naquela época, bem como ele influenciou as futuras gerações e as atuais gerações de lideranças negras, homens e mulheres negras que se organizaram não só em quilombos, se organizaram também em irmandades negras, se organizaram através de blocos afro. Ou seja, Zumbi inspira, continua vivo na prática, no dia a dia, dos lutadores e lutadoras que acreditam num Brasil mais justo e mais igual”, destacou.
Às 16h30, o grupo desceu em marcha até a Lagoa onde vários artistas se apresentaram, como Escurinho, MC Hirlla, DJ Black, Kalu, MC Negrão, Joterry MC, DJ Adriano e participação do Coletivo Maracastelo.
Escurinho chamou atenção para a reflexão sobre o tema. “É um momento de reflexão, de a gente continuar a pensar sobre a questão do racismo como uma coisa que precisa ser negada, uma coisa que a gente precisa expurgar da sociedade, o racismo estrutural, que é uma coisa muito difícil para quem é da comunidade negra. A Marcha é um momento de a gente pensar e construir mais demandas, mais políticas públicas, política de reparação principalmente”, avaliou.
Entrelaçando a luta pela democracia, pela memória, pela equidade e contra o racismo, a Marcha faz parte do calendário do Novembro Negro na Paraíba. Neste ano de 2024 ocorreu o primeiro feriado nacional do Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, sendo essa uma maneira de evidenciar e conhecer a história de luta do povo negro.
Semob e Guarda Civil – Agentes da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob-JP) estiveram presentes em todo o evento garantindo a organização do trânsito. A segurança foi garantida por agentes da Guarda Civil Metropolitana.
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Texto: Nice Almeida
Edição: Felipe Silveira
Fotografia: Quel Valentim -
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