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EUA avaliam mandar embaixadora na ONU ao Brasil para discutir sanções à Rússia

 

Os Estados Unidos avaliam enviar ao Brasil nas próximas semanas a embaixadora do país na Organização das Nações Unidas (ONU), Linda Thomas-Greenfield, para discutir a adesão brasileira às sanções à Rússia por causa da invasão na Ucrânia. Ainda não há data marcada e nem se sabe quais serão os membros da comitiva. O secretário-assistente de Estado para Hemisfério Ocidental, Brian Nichols, que informou sobre a possível presença de Linda, também planeja viajar ao país.

O Brasil nunca aderiu a sanções internacionais e, no caso da Rússia, não foi diferente, apesar da guerra contra a Ucrânia. O R7 apurou com fontes no Itamaraty que, neste momento, a atitude deve permanecer, mesmo com pressão dos EUA.

governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avalia que a melhor saída para a guerra é o diálogo. Nesse sentido, na viagem à China, prevista para 24 de março, o petista quer trazer o país asiático para a mesa de negociação e estudar uma proposta de solução para o conflito.

Senadores americanos discutiram nesta semana as relações entre Estados Unidos e Brasil e concluíram que Lula não tem sido firme, na prática, nas condenações relacionadas à Rússia.

“A verdade é que o Brasil não tem apoiado muito as sanções relacionadas à Rússia”, afirmou o senador democrata Ben Cardin durante encontro do Comitê de Relações Exteriores do Senado. “Entendemos que nossos países nem sempre concordaram, e o Brasil, como nação soberana, faz sua própria política externa”, disse Nichols na mesma sessão.

Irã

Durante a audiência no Senado dos EUA, o secretário-assistente de Estado para Hemisfério Ocidental criticou os navios de guerra iranianos atracados no porto do Rio de Janeiro após liberação do governo brasileiro.

“Transmitimos nossa consternação de que o Brasil recentemente hospedou dois navios de guerra iranianos, desde 28 de fevereiro, enfatizando a repressão brutal do regime iraniano de sua própria população, o fornecimento de armas para a Rússia e a desestabilização ao redor do mundo”, afirmou Nichols.

A Embaixada dos EUA no Brasil declarou preocupação por parte dos Estados Unidos sobre a presença dos navios e afirmou que, no passado, as embarcações iranianas facilitaram ações terroristas e comércio ilícito na região. Em entrevista a jornalistas em Brasília, a embaixadora Elizabeth Bagley destacou que, apesar da soberania do Brasil em decidir, “nenhum país” deveria autorizar a ancoragem.

A movimentação dos barcos iranianos vem causando atrito na relação Brasil-Estados Unidos desde a decisão do governo brasileiro em adiar a ancoragem de ambos os navios no país, um dia antes da viagem de Lula para encontrar o presidente americano.

Fertilizantes

Outro assunto que desperta o interesse dos Estados Unidos é a dependência do agronegócio brasileiro a fertilizantes russos. Ainda não está decidida a saída a ser adotada para o problema. Entre as propostas, estão o uso de outros insumos ou de sementes diferentes.

Em sua gestão, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi contra aderir às sanções. O ex-titular do Palácio do Planalto chegou a solicitar ajuda da Organização Mundial do Comércio (OMC) para blindar os fertilizantes das penalidades impostas à Rússia.

Mandado de prisão contra Putin

Nessa sexta-feira (17), o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu um mandado de prisão contra o presidente russo, Vladimir Putin. Ele está sendo apontado como responsável por crimes de guerra cometidos na Ucrânia.

As denúncias incluem deportação ilegal de crianças, transferência ilícita de pessoas do território ucraniano para o russo e danos à infraestrutura civil. Moscou nega as acusações.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, comentou em seu canal no Telegram que não está preocupada com a decisão da Corte. “Os mandados de prisão do TPI não têm significado para o nosso país, inclusive do ponto de vista jurídico”, disse. A porta-voz lembrou que a Rússia não faz parte do Estatuto de Roma, que estabeleceu o tribunal.

China

Após baixa efetividade nos resultados comerciais com os Estados Unidos, Lula vai à China em busca de uma reaproximação. O embarque está previsto para o dia 24, e a comitiva vai reunir a ex-presidente Dilma Rousseff, ministros, parlamentares e empresários de vários segmentos.

China e Estados Unidos têm disputas comerciais e geopolíticas e enfrentam questões que envolvem, por exemplo, a guerra de narrativas sobre os “balões-espiões”. É sob esse contexto de tensões entre as duas maiores economias do mundo que o presidente vai se reunir com o líder chinês, Xi Jinping, no próximo dia 28.

A programação é mais extensa da que Lula teve nos Estados Unidos, em fevereiro. No país comandado por Joe Biden, o petista ficou apenas um dia. A expectativa é de que ele fique ao menos quatro dias em território chinês.

 

R7

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