A prefeitura de João Pessoa tem estudado alargar a faixa de areia das praias urbanas da capital, conforme declarou o secretário de infraestrutura de João Pessoa, Rubens Falcão em entrevista à rádio CBN. A justificativa seria o avanço do mar. As pesquisas sobre o alargamento das praias urbanas focam até a divisa com o município do Conde, além de Cabedelo e Lucena.
De acordo com a explicação do secretário, quatro problemas foram identificados na orla de João Pessoa. Um deles fica no trecho onde vai funcionar o Polo Turístico de Cabo Branco. Rubens Falcão explica que, nesse local, o mar já avançou tanto que não existe mais praia. A barreira de Cabo Branco é outro ponto identificado por ele. Recentemente uma obra de contenção foi realizada no local, pois o mar já havia danificado a ciclovia e a primeira via da pista.
Os outros trechos estão localizados na praia de Manaíra, entre o antigo Hotel Tambaú e o Mag Shopping, e no Caribessa, onde a água tem avançado até os condomínios, chegando na garagem e no subsolo.
Segundo o secretário de infraestrutura de João Pessoa, após a conclusão dos estudos, a prefeitura vai apresentar a todos os setores da sociedade. Eles também pretendem discutir com a academia, ambientalistas e fazer audiências públicas.
Rubens Falcão informou ainda que a obra só deve ter início depois de aprovada em todas as instâncias de meio ambiente e seguindo as recomendações estabelecidas. “Não só restabelecer a parte marinha que nós perdemos ao longo dos anos, mas também fornecer uma nova condição de mobilidade”, afirma o secretário.
De acordo com Rubens Falcão, a extensão da faixa de areia trata-se de uma obra rápida, realizada em cerca de seis meses. “O mais difícil são os estudos e esperamos que até o final do ano esteja com tudo isso pronto”, ressalta o secretário.
A expectativa é que até o final de 2023 as obras de alargamento sejam iniciadas. Até outubro deste ano, a prefeitura pretende discutir o assunto, conseguir o licenciamento e fazer a licitação.
A estimativa é que a obra custe em torno de R$ 150 a R$ 200 milhões. “Nós ainda não temos o valor exato, porque essa obra varia pela distância da jazida”, explica o secretário ao dizer que a finalização dos estudos irá influenciar no montante final.
O município já tem parte do recurso para a obra. A Defesa Civil Nacional também já disponibilizou R$ 66 milhões para Ponta do Cabo Branco por entender que é um caso de urgência, segundo Rubens Falcão.
Possíveis impactos ambientais
Um exemplo conhecido no Brasil é o alargamento da praia de Balneário Camboriú. Após a conclusão da obra e chegada das chuvas, foram registrados degraus e formação de algumas “piscinas” na faixa de areia do local.
Segundo Rubens Falcão, o grande desafio da obra é analisar os impactos ambientais causados que podem ser causados. “Hoje os grandes simuladores que filmam na Holanda e na Dinamarca, com quem a gente tem tido contato através da universidade, fazem muito bem esse impacto de vizinhança”, fala sobre os estudos.
De acordo com o secretário, o que está acontecendo em Balneário Camboriú foi previsto pelo simulador. É preciso realizar a drenagem juntamente com a obra. “O grande desafio é minimizar os impactos ambientais”, finaliza.
G1PARAÍBA