“Chaves” e “Chapolin” voltam à TV após anos de brigas por direitos de transmissão; saiba tudo
O retorno de Chaves e Chapolin à televisão surpreendeu os fãs do seriado no último sábado (7), com o vídeo divulgado pelo canal americano UniMás. Tanto a TV quanto um streaming do país vão transmitir as produções.
Conforme o site NaTelinha, no Brasil, o SBT já está negociando com os detentores dos direitos para a volta do programa ao canal. Mas não há confirmação ou expectativa sobre o retorno das atrações à TV, ou ao streaming no Brasil.
O portal ainda explica que Roberto Gómez Fernández, filho de Roberto Bolaños e atual responsável por todo o espólio do humorista, cedeu em diversos pontos que impediam o retorno de Chaves e Chapolin – indicando uma possível chegada a novos acordos pelos direitos de exibição no restante do mundo.
Dona Florinda foi culpada por não ter mais Chaves na TV
Em um vídeo compartilhado, a atriz Florinda Meza, famosa no Brasil por interpretar a personagem Dona Florinda, no seriado “Chaves”, quebrou o silêncio sobre o sumiço do programa.
Meza é viúva de Roberto Gomez Bolaños, e disputa com a Televisa, dona das fitas dos episódios, e o Grupo Chespirito, comandado por Roberto Gómez Fernández, que detém os direitos autorais da obra — para o produto voltar à televisão. No entanto, ela é acusada pela internet como culpada por não ter mais Chaves na TV.
Na declaração, a viúva falou sobre as acusações: “Para começar, os boatos não são verdades. Ou seja, é necessário que alguém os lance. As redes estão cheias disso. Dizem que eu me oponho que os programas sejam transmitidos novamente. Total e absoluta mentira”, disse Florinda.
A confusão, na verdade, gira em torno de um impasse entre ela e os filhos do primeiro casamento de Bolaños, que estão à frente das negociações para um retorno dos programas. Meza, no entanto, afirma ser “colaboradora literária dos programas” e que tem muito interesse que as produções voltem ao ar.
“As negociações são assim, para chegar a um final feliz, a um feliz acordo. A menos, claro, que alguém queira atrapalhar a negociação ou que não saiba realizá-la. Sou colaboradora literária dos programas. Eu, sim, negociaria por meu trabalho. Afinal, fui intérprete múltipla nos mesmos”, disse a atriz.
“Que tristeza, hein. O público está esperando. O comprador também. Não fui eu que disse não. Que perguntem a quem tenham que perguntar”, concluiu.
Entenda o caso
Roberto Gomez Bolaños, foi ator, dramaturgo, escritor, roteirista, desenhista, compositor, produtor e diretor de televisão, mas sobretudo ultrapassou fronteiras por ser o criador e intérprete de personagens como Chaves e o Chapolin Colorado. Além disso, ele criou outros trabalhos que divertiram não só várias gerações de mexicanos como também milhões de pessoas.
Contudo, após sua morte, em novembro de 2014, as negociações para a transmissão dos episódios ficaram acertadas até 31 de julho de 2020. Depois disso, ninguém mais conseguiu entrar em um acordo e os episódios foram sumindo das telas.
No Brasil, o primeiro boom de Chaves ocorreu nos anos 90, quando o programa se tornou o programa favorito de uma geração de crianças. A série seguiu se reinventando e ganhou os fãs na internet nos anos 2000. Hoje em dia não tem a mesma audiência, mas o público fiel mantém o programa vivo.
Houve até um manifesto pedindo a volta de Chaves à televisão, assinado por milhares de fãs, mas que não deu em nada. Os detalhes da negociação são mantidos em sigilo pelas partes envolvidas.
Em entrevista ao Jornal O Globo, em 2022, Roberto Fernández afirmou que nunca manteve uma relação próxima com Florinda Meza e apenas “ignorava” qualquer coisa que ela tinha a dizer sobre Chaves. Entretanto, a atriz explicou em publicações nas redes sociais que apenas luta para que a vontade de Bolaños seja respeitada, isto é, o programa sendo exibido na TV.
Meza não tem uma boa relação com nenhum dos seis filhos do criador de Chaves, porque foi apontada como pivô da separação do ator com Graciela Fernández, em 1977. As emissoras de TV que já transmitiam a série ainda demonstram interesse em colocar a produção no ar — o que falta é que o acordo seja feito.
A preocupação era que, com a falta da exposição do produto, o interesse diminuísse e que Chaves e Chapolin caíssem no esquecimento. Contudo, Fernández disse estar otimista com as negociações, visto que ambas as partes reconhecem a importância dos programas serem vistos novamente pelo público.
- BAND/UOL