O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse nesta quinta-feira (15) ser a favor de uma nova eleição na Venezuela. Questionado por um repórter na Casa Branca se ele apoiava a ideia de realizar um segundo pleito após a contestada disputa, Biden respondeu: “Eu apoio”. Foi a primeira manifestação dele sobre a crise venezuelana -até então, só o Departamento de Estado e assessores haviam se manifestado.
Mais cedo, o porta-voz do Departamento de Estado, Vedant Patel, tinha se recusado a comentar especificamente o pedido de novas eleições, mas reiterou as preocupações americanas sobre a conduta na votação.
A entidade eleitoral da Venezuela “ficou aquém de tomar medidas básicas de transparência e integridade e não seguiu disposições legais e regulatórias nacionais”, disse Patel aos repórteres.
Patel se referiu a um relatório recente de especialistas da ONU (Organização das Nações Unidas), que concordaram em que “não há precedente para um anúncio tal de resultado eleitoral sem a publicação deste tipo de detalhes e registros e, portanto, é por isso que continuamos pressionando”.
Horas antes da declaração de Biden, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que não reconhecia o ditador Nicolás Maduro como vitorioso e sugeriu um governo de coalizão ou mesmo um novo pleito como saídas para a crise no país vizinho.
“Tem varias saídas, ou faz governo de coalizão, uma composição. Muita gente que não votou em mim e eu trouxe todo mundo para o governo. (…) Não quero me comportar de forma apaixonada e precipitada, quero resultados”, afirmou.
Após a sugestão do Brasil, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, também propôs que a Venezuela volte às urnas, pouco mais de 15 dias após a votação em que Maduro foi declarado vencedor pelo Conselho Nacional Eleitoral, que até hoje não divulgou as atas com detalhes dos votos por seção.
Quase 40 minutos após citar um acordo que colocou fim a uma ditadura na Colômbia como uma experiência válida para a Venezuela, Petro fez uma espécie de lista com propostas para solucionar a crise no país vizinho.
“Suspensão de todas as sanções contra a Venezuela. Anistia geral nacional e internacional. Garantias totais à ação política. Governo de coabitação transitório. Novas eleições livres”, escreveu ele nesta quinta na rede social X.
Não ficou claro qual seria a ordem dessas medidas, nem o que exatamente cada uma delas significa. Após a publicação, ele afirmou ainda que um acordo político interno no país seria o melhor caminho para a paz. “Depende apenas dos venezuelanos”, concluiu.
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