Mesmo com outros países da América Latina onde o espanhol é o principal idioma, muitos venezuelanos preferem migrar para o Brasil, onde o idioma é o português. Isso ocorre devido à política de acolhimento para migrantes no país, avalia o pesquisador e diretor do Centro de Ciências Humanas da Universidade Federal de Roraima (UFRR), João Carlos Jarochinski Silva.
“Por ter uma política de acolhimento, interiorização, atendimento, documentação, há pessoas que hoje olham o Brasil como um destino possível para elas. Outros países têm feito políticas bastante ineficientes, mais de tentativa de bloqueio, de controle migratório. A gente pode citar o Peru, o Equador que não regulariza ninguém, o Chile. Então, apesar do idioma que para eles acaba sendo uma dificuldade, o Brasil é um destino possível de ingresso”, explicou o pesquisador.
Entre os que buscam uma vida nova estão o casal Andry Josmeiber Quinonez Castro, de 23 anos, e Karyerlin Nazareth Castellanos Acosta, de 21, que está grávida. Eles chegaram ao Brasil em junho, em busca de uma melhor vida para o filho.
Na fronteira, o casal passou pelo Posto de Triagem (Ptrig), onde teve acesso aos trâmites para regularização migratória, e solicitou residência brasileira. Eles estão abrigados em um alojamento de passagem gerido pela Operação Acolhida, força-tarefa criada em 2018 pelo governo federal para atender venezuelanos que entram no Brasil. O trabalho é comandado, majoritariamente, pelo Exército.