O Hamas anunciou que Ismail Haniyeh, chefe do gabinete político, disse aos mediadores do Qatar e do Egito que o grupo concordou com a proposta de um acordo de cessar-fogo na guerra em Gaza. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (6).
O comunicado diz que Haniyeh “fez um telefonema ao primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, e para o ministro de Inteligência egípcio, o Sr. Abbas Kamel, e informou-os sobre sua decisão de aceitar a proposta de cessar-fogo.”
Os mediadores nas negociações sobre um cessar-fogo e um acordo de reféns em Gaza apresentaram a resposta formal do Hamas a Israel na última meia hora, apurou a CNN.
O governo israelense está revisando a resposta. O gabinete do primeiro-ministro israelense se recusou a comentar.
Um integrante do escritório político do Hamas, Basem Naim, disse à CNN que o Hamas está esperando uma resposta israelense ao seu acordo de cessar-fogo e acordo de reféns proposto pelo Egito e Catar.
Não está claro se o Hamas concordou com a proposta desenhada na semana passada, ou uma versão revisada dela.
À medida que a notícia se espalhou em Gaza do anúncio do Hamas, houve celebrações nas ruas em vários lugares, incluindo em Deir el Balah, no centro de Gaza e na Cidade de Gaza.
Uma fonte diplomática familiarizada com as conversações disse à CNN que depois de uma reunião de um dia em Doha, capital do Catar, entre o diretor da CIA, William Burns, e o primeiro-ministro do Catar, Sheikh Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, os mediadores convenceram o Hamas a aceitar um acordo de três partes.
“Depende realmente do (primeiro-ministro israelense) Benjamin Netanyahu”, disse a fonte.
Os Estados Unidos estão revisando a resposta do Hamas a uma proposta de cessar-fogo e reféns “e discutindo com nossos parceiros na região”, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.
Os EUA receberam a resposta na “última hora, 90 minutos”, disse Miller na segunda-feira (6) à tarde em uma coletiva do Departamento de Estado.
“Eu não quero caracterizar a natureza dessa resposta ainda”, disse ele.
Ele reiterou que um acordo é do “melhor interesse” tanto dos israelenses quanto dos palestinos.
“Isso traria um cessar-fogo imediato, permitiria um maior movimento de assistência humanitária e, portanto, vamos continuar a trabalhar para tentar alcançar um”, acrescentou.
Operação em Rafah
A notícia chega poucas horas depois de Israel ter ordenado aos palestinos que viviam em Rafah, uma cidade no sul de Gaza, que “saíssem imediatamente”.
A ordem levantou temores de que o ataque de Israel à cidade, há muito ameaçado, pudesse ser iminente. Mais de 1 milhão de palestinos fugiram para Rafah, onde se acredita que o Hamas se reagrupou após a destruição de grande parte do norte de Gaza por Israel.
Uma fonte familiarizada com os planos israelenses disse à CNN que uma incursão limitada em Rafah tinha como objetivo manter a pressão sobre o Hamas para que concordasse com um acordo de cessar-fogo e libertação dos reféns.
Um possível cessar-fogo temporário
O acordo mais recente, que Israel ajudou a criar, mas não concordou totalmente, pede a libertação de 20 a 33 reféns durante várias semanas em troca de um cessar-fogo temporário.
Ele também pede a libertação dos prisioneiros palestinos, seguido pelo que as fontes descrevem como a “restauração da calma sustentável”, durante a qual os reféns restantes, soldados israelenses cativos e os corpos de reféns seriam trocados por mais prisioneiros palestinos.
(em atualização)
CNN Brasil