Projeto de musicalização faz parte do processo de ensino-aprendizagem na Rede Municipal de João Pessoa
A criança é um ser brincante e, brincando, faz música, pois assim se relaciona com o mundo que descobre a cada dia. Fazendo música, ela, metaforicamente, transforma-se em sons, num permanente exercício. A música ainda na Educação Infantil permite que as crianças aumentem sua criatividade, coordenação motora, afetividade, percepção, entre outros aspectos cognitivos e sociais. E é nessa proposta que a Secretaria de Educação e Cultura de João Pessoa (Sedec-JP) desenvolve um projeto de musicalização nos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs).
A iniciativa foi elaborada pela equipe do Departamento de Educação Infantil (DEI). A diretora do DEI, a professora doutora Sonaly Lima, ressaltou que a trazer a música como linguagem de expressão para as unidades de educação infantil da rede municipal exige, prioritariamente, uma atenção para ouvir e observar como crianças, desde bebês, se expressam musicalmente em cada fase de seu desenvolvimento.
“O Departamento de Educação Infantil orienta que a escolha do repertório musical pelo professor é uma ação pedagógica fundamental para a construção da identidade cultural das crianças. Essa linguagem de expressão já faz parte do currículo e muitas unidades vêm sendo protagonista, trazendo para o cotidiano experiências com a música na primeiríssima infância”, explicou.
Esse trabalho de musicalização é desenvolvido, por exemplo, no CMEI Márcia Suênia Madruga Alves da Silva, no bairro de Mangabeira/Cidade Verde, que tem mais de 400 crianças de 6 meses a 3 anos de idade.
“Essa proposta de inserir a musicalização para as crianças é muito importante dentro da Educação Infantil, porque elas desenvolvem a oralidade, desenvolvem a cognição. Isso é muito importante na rotina de nossas crianças. Essa rotina acontece todos os dias, porque a musicalização traz essa questão do movimento que está dentro da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e isso é muito importante”, disse com orgulho a diretora do CMEI Márcia Suênia, Cibele de Souza Batista.
Berçários – A música também ajuda a prender a atenção e acalmar as crianças. Ao entrar na sala do berçário I, dos bebês de 6 meses, a professora encontra algumas crianças chorando. Nos primeiros acordes do violão, a turminha começa a se aquietar e prestar atenção aos sons do instrumento e interagirem.
Já na turma do berçário II, as crianças participam de brincadeiras e interagem através de comandos rítmicos. Através de um jogo de imitações, se trabalha a percepção musical, onde elas vão ouvindo, entendendo o que é rápido, devagar, o que é um toque ou um canto mais agudo ou mais grave.
Nesta turma, as crianças têm acesso a diversos instrumentos musicais, como violão, triângulo, pandeiro, agogô, xilofone, tambor e reco-reco. Receptiva e curiosa, a criança pesquisa materiais sonoros, descobre instrumentos, inventa e imita motivos melódicos e rítmicos, ouve com prazer a música do seu universo cultural, geralmente apresentadas por meio de brincadeiras pela família ou nas escolas.
O projeto na unidade é desenvolvido pela pedagoga e musicista Ana Waleska. “As crianças menores, dos seis meses até um ano, a gente trabalha mais a questão da música pela música, a exploração dos instrumentos musicais. E os maiores, a gente já trabalha a música num processo mesmo de desenvolvimento e socialização da criança aprender ritmos, trabalhar com regras, porque a música na educação infantil trabalha isso muito bem”, afirmou.
Tecnologia – A música dialoga com a tecnologia e essa combinação é feita através do uso da ‘Mesinha digital’, que possui uma aba na programação sobre instrumentos musicais. Além do som, o equipamento mostra a imagem e o nome do instrumento.
“Quando trabalhamos a música, trabalhamos com ritmos, com contagens, com o raciocínio lógico da criança, com arte e cultura, que futuramente ela vai utilizar no Ensino Fundamental e nos outros anos de ensino. Não existe uma educação infantil sem a música, sem a musicalização, ou mesmo sem a música cantada em sala de aula”, frisou a professora Ana Waleska.
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Texto: Alexandre Quintans
Edição: Cristina Cavalcante
Fotografia: Gilberto Firmino -
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