Bloco Principal 1

Irã promete “ataque mais poderoso” se Israel retaliar; China pede moderação

Desde a noite do último sábado (13), apoiadores do Irã estão nas ruas, em celebração aos ataques promovidos pelo país a Israel. Muitos manifestantes saírem com a bandeira da Palestina e réplicas de mísseis iranianos.

Teerã sabia que precisava dar uma resposta contra um inimigo histórico e manter a credibilidade junto aos aliados. Foi um contra-ataque após o bombardeio de Israel à área consular da Embaixada iraniana na Síria, no começo do mês, que resultou na morte de importantes militares.

O ataque do fim de semana foi o primeiro que o Irã fez diretamente a Israel. Foram cerca de 300 mísseis e drones lançados, mas pouco dano ao inimigo, pois 99% dos artefatos militares lançados foram interceptados pelas forças de Tel Aviv e aliados.

Houve apenas 1 ferido e nenhuma base militar israelense sofreu destruição significativa. O cálculo previa uma retaliação contundente do Irã, mas que evitasse uma guerra total entre os países.

“Este foi um ataque muito semelhante ao que Irã fez após o assassinato do general Soleimani pelos Estados Unidos, em 2020, em Bagdá. O Irã também atacou bases americanas com uma saraivada de mísseis balisticos, mas sem fatalidades. Em ambos os casos, o Irã demonstrou ter apetite pelo risco, mas não um apetite excessivo porque sabe que pode haver uma escalada do confronto”, analisou Ali Vaz, diretor do Grupo de Crises Internacionais.

Promessa do Irã

A possibilidade de uma ampliação do conflito continua na mesa e depende de como Israel reagirá. Nesta segunda-feira (15), o Ministro de Relações Exteriores do Irã disse que não quer aumentar a tensão regional, mas foi enfático ao dizer que haverá um ataque ainda mais poderoso se Israel retaliar.

O Irã é tido como uma potência militar. São 580 mil soldados na ativa e 200 mil reservistas. Além disso, possui o maior arsenal de mísseis balísticos da região, mais de 3 mil.

O Irã é ainda um grande produtor de drones e conta com diversos grupos que apoia do Oriente Médio, como Hezbollah, Houthis e milícias iraquianas e sírias.

Aliados do Irã pedem moderação

De aliados, o irã possui a Rússia, que inclusive comprou drones para serem usados na Ucrânia, e a China, a maior compradora de petróleo e gás do país.

No Conselho de Segurança da ONU, em Nova York, Moscou e Pequim foram na contramão dos demais países. Não condenaram o Irã publicamente, mas preveem os riscos da escalada do conflito. Por isso, o pedido é de moderação.

O Ministério das Relações Exteriores da China disse que é necessária calma de ambos os lados e pediu pausa em novos ataques.

Medo nas ruas

Em meio à comemoração pelo ataque, nas ruas de Teerã também há espaço para o medo. A população teme uma retaliação israelense. O espaço aéreo iraniano segue fechado. Muitas pessoas estocam comida, água e combustível.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo