O prolapso da válvula mitral é uma condição cardíaca que afeta de 5 a 10% da população mundial, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Também conhecida como síndrome de Barlow, a anormalidade pode se desenvolver em qualquer idade e ocorre quando as paredes da válvula mitral, responsável pela separação do átrio e do ventrículo esquerdo do coração, sofrem alguma alteração, não fechando por completo ou até mesmo se movimentando de forma descompassada.
Dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia Regional Paraíba apontam que quase um terço da população tem alto risco de desenvolver doenças do coração. O sedentarismo é o principal fator de risco para o desenvolvimento de problemas cardiovasculares, além do histórico familiar, tabagismo, alto nível de colesterol, obesidade, alterações de pressão arterial e diabetes.
De acordo com o cirurgião cardiovascular da Hapvida NotreDame Intermédica, José da Silva Leitão, no caso do prolapso, o problema pode ser hereditário ou estar associado a patologias, como infecções ou doenças do tecido conjuntivo. “O prolapso valvar mitral nem sempre apresenta sintomas, por isso, muitas pessoas só acabam descobrindo durante a realização de exames cardíacos de rotina, como o ecocardiograma, por exemplo”, comenta.
Sintomas – Apesar disso, em alguns casos, pode provocar dor no peito, tontura, falta de ar, cansaço, batimentos cardíacos irregulares, enxaqueca e dormência nos membros inferiores ou nas extremidades.
“Quando benigno e assintomático, o prolapso valvar mitral não demanda tratamento, apenas acompanhamento médico anual com um cardiologista. No entanto, é preciso ficar atento, pois ele pode evoluir para a fase de regurgitação, indicando um refluxo de sangue pela válvula. Nesse caso, é necessário tratamento medicamentoso ou até mesmo indicação cirúrgica”, diz o especialista.
Cirurgia reparadora – José da Silva Leitão explica que a cirurgia reparadora, conhecida como “plastia”, geralmente, visa a preservar a válvula do coração, evitando a troca por uma prótese, por exemplo. “A avaliação deve considerar fatores como condições de saúde do paciente e idade”, afirma o médico da Hapvida NotreDame Intermédica.
Caso não seja acompanhado por um médico ou até mesmo tratado, o prolapso da válvula mitral pode gerar diversos agravos à saúde, como insuficiência cardíaca, endocardite, fibrilação atrial, aumento do coração, derrame e alteração no ritmo cardíaco.
“Por isso, é fundamental que o paciente realize check-up com um especialista pelo menos uma vez por ano”, finaliza o cirurgião.
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