Conheça a história e curiosidades do maior navio de guerra da América Latina aberto à visitação em Cabedelo
Está curioso para saber mais detalhes do maior navio de guerra da América Latina que está atracado no porto de Cabedelo e será aberto à visitação neste domingo (17).
Vamos começar com um pequeno passeio pela história desse gigante.
Originalmente chamado HMS Ocean, foi construído pelo estaleiro Vickers Shipbuilding and Engineering e serviu por vinte anos na Marinha Real do Reino Unido, sendo vendido pelo governo britânico à marinha brasileira em fevereiro de 2018, com sua reentrada em serviço ativo em junho do mesmo ano. Foi projetado para operações navais anfíbias, com ênfase em desembarque de tropas, principalmente os Royal Marines, e apoio com helicópteros de ataque e transporte. É a atual capitânea da esquadra brasileira.
Conheça a história do navio no Reino Unido
O HMS Ocean, como foi batizado originalmente, foi construído em meados dos anos 90 pela Kvaerner Govan e completado pela VSEL, em Barrow-in-Furness. Foi comissionado em setembro de 1998, operando a partir do porto de HMNB Devonport, em Plymouth.
No seu histórico de serviço, constam ações humanitárias em Kosovo e na América Central. No ano 2000, participou da Operação Palliser, a intervenção britânica na Guerra Civil de Serra Leoa. Logo em seguida foi para o Oriente Médio, no grupo de combate do HMS Illustrious e serviu na Guerra do Iraque (Operação Telic).
Em 2009, foi deslocado para a Ásia, sendo que no ano seguinte prestou ajuda humanitária durante as erupções do Eyjafjallajökull. Em 2011, por sua vez, participou da Operação Unified Protector, durante a intervenção militar na Guerra Civil Líbia, retornando para a Inglaterra em 2012, quando passou por reformas e posteriormente participou de exercícios navais com nações aliadas.
O comando da marinha britânica tinha anunciado a aposentadoria do navio para 2018, sem um substituto imediato. Em 27 de março desse ano, foi retirado formalmente do serviço ativo pelos britânicos.
A vinda para o Brasil
Em 2017, o Brasil anunciou intenções de comprar a embarcação. O Reino Unido colocou o preço do navio em 80,3 milhões de libras (ou US$ 105,8 milhões de dólares), oferta que o governo brasileiro chamou de “conveniente”. No mesmo mês a Turquia também havia demostrado interesse.
Em dezembro de 2017, o Ministério da Defesa do Brasil entrou em negociações formais para comprar o HMS Ocean por R$ 350 milhões de reais, com o intuito de substituir o aposentado NAe São Paulo (A-12). Ainda em dezembro, o governo brasileiro acertou oficialmente a compra da embarcação por £84 milhões de libras (ou R$ 359,5 milhões). Em 2018, o HMS Ocean foi descomissionado da Marinha Real no mês de março e comissionado na Marinha do Brasil em junho.
Após muito se especular o nome, a Marinha do Brasil decidiu chamar o navio de porta-helicópteros multipropósito (PHM) Atlântico, conforme publicação no Diário Oficial da União. Em 12 de novembro de 2020, foi reclassificado como “Navio-Aeródromo Multipropósito” para refletir sua capacidade de operar com aeronaves remotamente pilotadas.
Em fevereiro de 2023, após chuvas torrenciais causarem uma tragédia humanitária em cidades do litoral do estado de São Paulo, o NAM Atlântico foi deslocado pela Marinha do Brasil para prestar apoio aos esforços de resgate da população, funcionando como ponto de apoio para aeronaves e hospital de campanha.
Em agosto do mesmo ano, o navio levou tropas e serviu de apoio durante a realização da Cúpula da Amazônia, em Belém (Pará). Após a reunião dos chefes de estado, o NAM foi aberto a visitação pública, sendo a primeira oportunidade da população local prestigiar o navio.
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