Bloco Principal 4

Cirurgia bariátrica: o que é e quando é a hora de fazer?

Após perder 60 quilos e emagrecer muito além do esperado, a auxiliar administrativo Ana Paula Santana da Cunha, de 42 anos, precisou fazer a reversão da cirurgia bariátrica por causa de uma anemia severa.

Ana Paula preenchia os pré-requisitos para realizar a cirurgia: um Índice de Massa Corpórea (IMC) maior que 40 e problemas de saúde como pressão alta e lesão no joelho.

Entenda abaixo:

  1. O que é a cirurgia bariátrica e para quem é indicada?
  2. Os tipos de bariátrica
  3. Os cuidados antes e depois da bariátrica
  4. Como funciona a reversão da bariátrica

1. O que é a cirurgia bariátrica e para quem é indicada?

A cirurgia bariátrica é uma opção para o tratamento de obesidade.

Conhecida popularmente como “cirurgia de redução de estômago”, ela não é indicada para todas as pessoas. Hoje, a bariátrica é indicada para maiores de 16 anos em dois casos:

  • Pessoas com IMC acima de 40 kg/m² (obesidade grau III – grave);
  • Pessoas com IMC acima de 35 kg/m² (obesidade grau II – moderada) que tenham complicações como apneia do sono, hipertensão arterial, diabetes, aumento de gorduras no sangue e problemas articulares.

O IMC pode ser calculado dividindo peso em quilos pela altura ao quadrado. Por exemplo, se você pesa 70 kg e tem 1,65 metros, você deve dividir 70 por 2,7225 (1,65 x 1,65). O resultado seria 25,71 (sobrepeso) – IMC entre 25 e 29,9 é considerado sobrepeso. IMC superior a 30 é considerado obesidade.

A endocrinologista Lívia Lugarinho, diretora do departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), explica que o paciente tem que ter previamente tentado um tratamento com acompanhamento médico por dois anos sem sucesso para ter indicação de cirurgia.

2. Tipos de cirurgia

Segundo a endocrinologista, que também é membro do Departamento de Obesidade Infantil da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), as cirurgias mais realizadas no Brasil são a sleeve e o bypass gástrico.

  • Bypass gástrico (ou gastroplastia “Y de Roux”): o tamanho do estômago é reduzido consideravelmente, deixando o órgão com apenas 10% do tamanho original, por meio de grampeamento de parte do órgão. Também é feito um desvio do estômago ao intestino inicial que diminui a quantidade de alimentos ingeridos.
  • Sleeve (gastrectomia vertical): o estômago tem cerca de 70% a 85% do seu tamanho reduzido.
“Consideramos que a cirurgia foi um sucesso quando a pessoa perde mais de 50% do excesso de peso. Normalmente, essa perda é mais intensa no primeiro ano, primeiro ano e meio depois da cirurgia. Depois, o peso tende a se estabilizar”, ressalta a endocrinologista.

3. Cuidados antes e depois da cirurgia

 

Antes da cirurgia, o paciente precisa passar por uma equipe multidisciplinar, com endocrinologista, cirurgião, nutricionista, psicólogo e psiquiatra. O pós-cirurgia também exige muitos cuidados.

“É muito importante que o paciente mantenha todos os cuidados após a cirurgia, porque é fundamental que haja uma suplementação vitamínica ou mineral, independente da técnica cirúrgica que foi feita”, diz a endocrinologista.

De acordo com a SBEM, na maioria dos pacientes, a cirurgia bariátrica – além de levar a uma perda de peso grande – traz benefícios no tratamento de todas as outras doenças relacionadas à obesidade. É possível uma melhora importante ou mesmo remissão do seu diabetes, do controle da pressão arterial, dos lipídeos sanguíneos, dos níveis de ácido úrico e alívio das dores articulares.

4. Como funciona a reversão da bariátrica

 

A reversão da cirurgia bariátrica não é comum, é uma situação de exceção, explica Lívia Lugarinho. E ela só ocorre no bypass – na cirurgia sleeve não tem como reverter, já que uma parte do estômago é retirada.

“No bypass, o estômago não é retirado, só ocorre uma mudança do trânsito da alça intestinal. A reversão da cirurgia é a volta para o trânsito original. Mas como falei, é uma exceção, não é feito rotineiramente. Na maioria das vezes, o paciente fica muito bem pós-cirurgia”, finaliza a endocrinologista.

G1

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo