Por ajuste fiscal, governo Milei segura verba de províncias e entra em conflito com governadores na Argentina
O governo do presidente Javier Milei tem entrado em conflito com governadores de províncias da Argentina por causa de dinheiro —para manter a promessa de ajuste fiscal.
De acordo com a imprensa argentina, Milei responsabiliza os governadores pela sua principal derrota no Legislativo até agora, a retirada de votação da lei “ómnibus“, o pacote com o qual planejava realizar uma reforma liberal no país.
A Argentina tem 23 províncias (o equivalente local aos estados brasileiros), mais a cidade de Buenos Aires, a capital federal.
Os governadores das províncias se dividem em dois grupos: os opositores e os “dialoguistas” —aqueles que tentam estabelecer um diálogo com o governo central. Entre eles estão os do partido Juntos por Mudança, de Patrícia Bullrich, candidata à Presidência e atual ministra da Segurança de Milei.
Segundo o “La Nación”, no entanto, mesmo os governadores mais “dialoguistas” entendem que Milei faz uma política de confronto –algo que foi verbalizado pelo ministro do Interior do país, Guillermo Francos.
Entre os principais itens de conflito até agora, estão:
- Retenção de valores de ‘coparticipação’ da receita de impostos.
- Congelamento de valores de repasses de auxílio do governo federal às províncias para assistência social; nove províncias pediram para que isso seja revisto.
- Falta de correção de valores do orçamento deste ano em relação a 2023.
O caso mais chamativo de disputa entre um governador e Milei, até agora, é o de uma região no sul do país, Chubut, liderada por Ignacio Torres.