Militares do Corpo de Bombeiros, cães farejadores e drone estão sendo utilizados nas buscas pelo corpo da menina Ana Sophia, de oito anos, que foi assassinada e teve seu corpo ocultado por Tiago Fontes. As buscas na zona rural do município de Bananeiras foram suspensas nesta quarta-feira (15) e serão retomadas em pontos específicos, com base na investigação feita pela Polícia Civil.
“Ontem nós fizemos buscas na região onde foi encontrado o corpo de Thiago porque havia possibilidade de ele também ter ocultado o corpo de Ana Sophia naquele mesmo local. As buscas vão continuar, mas de forma mais focal. Nós vamos analisar e verificar levantamentos que foram feitos nas investigações, analisar as provas que foram colhidas, buscar algumas informações para planejar as buscas, porque a área é muito ampla, tem muita vegetação”, explicou ao Portal MaisPB o major Fernando, comandante do 3º Batalhão.
Ele destacou que no período de uma hora e cinquenta e três minutos que acusado teve entre a saída do trabalho e seu retorno para casa, ele pode ter ocultado o corpo da menina em qualquer lugar. “A gente vai fazer os levantamentos e continuar as buscas. Não serão mais aquelas buscas diárias, como fizemos nas semanas iniciais por uma criança que havia desaparecido ou sido assassinada naquele local. Agora nós não temos um local específico”, afirmou o major.
Ana Sophia desapareceu no dia 4 de julho, após sair para brincar na casa de uma amiga, no distrito de Roma, no município de Bananeiras. Imagens de uma câmera de segurança mostram a menina entrando na casa de Tiago Fontes e não mais saindo. O corpo do suspeito foi encontrado em uma área de mata do município na última semana. A perícia concluiu que ele cometeu suicídio por enforcamento.
“Podemos dizer que Tiago Fontes assassinou Ana Sophia”
O delegado Aldrovili Grisi afirmou, nesta terça-feira (14), que Tiago Fontes assassinou a menina Ana Sophia, de oito anos, que desapareceu no dia 4 de julho, no distrito de Roma, em Bananeiras. O corpo do acusado foi encontrado na zona rural do município e os bombeiros fazem buscas no local na tentativa de encontrar o corpo da menina.
“Podemos dizer que Tiago Fontes assassinou Ana Sophia”, disse o delegado, afirmando que as investigações avançavam, os indícios apontavam para Tiago Fontes como o responsável pelo desaparecimento da menina.
Grisi ressaltou que a autoria do crime é incontestável e que o acusado teve a oportunidade de confessar, mas optou por adotar outra linha de defesa.
“O trabalho dos bombeiros nos mostrou que o corpo não tinha sido jogado em qualquer lugar e sim ocultado meticulosamente, indicando a participação de apenas uma pessoa”, explicou o delegado.
Ao citar que o acusado limpou a garagem para apagar qualquer vestígio, o delegado afirmou que Tiago foi meticuloso e detalhista. “Não estamos trabalhando com achismo, estamos trabalhando com certeza”, frisou.
Provas técnicas mostram que Tiago saiu antes do horário do trabalho e, segundo a polícia, teve uma hora e meia para supostamente se desfazer do corpo da menina. Ao final da entrevista, o delegado comentou o caso, ao Portal MaisPB, e afirmou que agora encontrar o corpo de Ana Sophia é uma questão de honra para a Polícia Civil.
“É uma questão humanitária e de honra para a Polícia Civil localizar esse corpo. Não tenho com dizer um prazo para não está incorrendo um erro. Não temos prazo, mas confesso que o empenho é máximo no intuito de unir todas as forças de segurança em fazer buscas em locais quentes onde acreditamos que Thiago Fontes descartou o corpo”, ponderou.
Acusado de matar Ana Sophia pesquisou por ocultação e decomposição de cadáver
Informações obtidas no aparelho celular de Tiago Fontes, acusado de assassinar a menina Ana Sophia, de oito anos, mostram que após o desaparecimento da menina ele pesquisou por decomposição de cadáveres, casos de crianças assassinadas e até sobre a vida e atuação profissional do delegado Aldrovilli Grisi, responsável pelas investigações.
Hora após o desaparecimento de Sophia ele pesquisou sobre decomposição do corpo após a morte e estágios da decomposição. A pesquisa ocorreu às 4h do dia 5 de julho e a polícia acredita que ele ainda estava com o corpo da menina.
O suspeito também pesquisou sobre a morte da menina Júlia, estuprada e assassinada pelo padrasto. Nas pesquisas constam ainda buscam por informações sobre o tempo necessário para um fio de cabelo fornecer DNA.
“Estávamos trabalhando com um homem extremamente inteligente, ardiloso, que se antecipava às investigações”, avaliou o delegado Aldrovilli Grisi.
Tiago pesquisou sobre crianças desaparecidas em outros estados, como Carlinhos, no Rio de Janeiro, cujo corpo nunca foi encontrado. Outra pesquisa que chamou a atenção da polícia foi a do caso Bárbara, em Minas Gerais. A menina foi morta e teve seu corpo ocultado. Após a polícia encontrar o corpo e identificar o autor do crime, o suspeito se enforcou.
“Ele conhecia esses casos só pelo nome, casos que nós não tínhamos conhecimento. O que mostra um conhecimento prévio”, disse a delegada Maíra Roberta.
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