As Forças de Defesa de Israel (FDI) afirmaram ter feito operações pontuais por terra no norte da Faixa de Gaza durante a madrugada desta segunda-feira (23). Autoridades iraelenses informaram que as operações miraram áreas onde estavam reunidos integrantes do grupo terrorista Hamas e de outras organizaçãoes armadas palestinas.
Houve ataques de tanques e forças de infantaria para tentar localizar e buscar informações sobre pessoas desaparecidas e reféns feitos pelo Hamas. Segundo informações iniciais, contudo, não se trata da ocupação por terra que o governo de Israel vem anunciado desde o início da guerra, em 7 de outubro, desencadeada por um ataque do grupo terrorista em território israelense
De acordo com a BBC, o porta-voz da FDI, Daniel Hagari, falou nesta segunda sobre as mais recentes ações na Faixa de Gaza:
“Durante a noite, houve ataques de tanques e forças de infantaria. Esses ataques são ataques que matam esquadrões de terroristas que estão se preparando para a próxima fase da guerra. São ataques que vão mais longe, na linha de contato [com os inimigos]. Essas incursões também localizam e procuraram qualquer coisa que possamos obter em termos de informações sobre desaparecidos e reféns”.
No domingo, forças do Hamas afirmaram que ataques no leste de Khan Younis, no sul de Gaza, foram identificados e que soldados israelenses cruzaram a cerca “por vários metros”, ainda segundo a BBC. O grupo terrorista afirma que, nessa incursão, foram destruídas duas escavadeiras e um tanque. Além disso, soldados israelenses teriam deixado seus veículos e fugido a pé para leste da cerca.
Na madrugada deste domingo, mais de 50 palestinos foram mortos em ataques aéreos à Faixa de Gaza, disseram autoridades médicas locais. Na véspera, Israel tinha avisado que iria intensificar os ataques no norte de Gaza, mas o sul também foi alvo de novos bombardeios.
A ofensiva ocorreu horas depois de Israel pedir mais uma vez que habitantes de Gaza se deslocassem para o sul do território. Segundo o Exército israelense, um dos líderes do Hamas e dezenas de terroristas foram mortos nessas ações noturnas em Gaza.
No balanço mais recente, o Ministério da Saúde palestino, que é controlado pelo Hamas, informou que o número de mortos na Faixa de Gaza passou de 5 mil. Ao todo, Mais de 6 mil pessoas já perderam a vida na guerra entre Israel e o Hamas.
As 3 fases da ocupação
Na semana passada, o ministro da Defesa de Israel detalhou pela primeira vez a ocupação que Israel pretende realizar na Faixa de Gaza. Segundo Yoav Gallam, a ação ocupação ocorrerá em três fases e “não durará para sempre”.
“Queremos fazer uma operação em Gaza para deixar de sermos responsável pelo território para sempre”, disse Gallant a parlamentares de Israel durante sessão no Parlamento do país.
Essas três fases em sua guerra devem ser:
- A primeira delas, já parcialmente em curso, consiste de ataques aéreos e a ofensiva por terra.
- Em um segundo momento, militares deverão em combater “bolsões de resistência” dentro da Faixa de Gaza.
- Na terceira fase, segundo o ministro, as tropas se retirarão, e Israel criará “um novo regime de segurança” que trará “uma nova realidade para a segurança dos cidadãos de Israel”.
Histórico da guerra atual
▶️ Como começou o conflito entre o Hamas e Israel? A mais recente disputa na região começou em 7 de outubro, quando o Hamas realizou um ataque-surpresa contra Israel. Essa foi a mais violenta ação em território israelense dos últimos 50 anos. Os serviços de inteligência do país não conseguiram antecipar que uma ofensiva dessa magnitude estava sendo preparada.
▶️ O que é o Hamas? O grupo terrorista é uma das principais organizações islâmicas nos Territórios Palestinos (são duas áreas não contínuas: a Faixa de Gaza e a Cisjordânia). Desde 2007, o Hamas controla Gaza, localizada em um estreito pedaço de terra na costa oeste de Israel. O grupo é considerado terrorista por países como os Estados Unidos e o Reino Unido, mas tem o apoio do Irã.
▶️ Como foi o ataque? As ações se concentraram perto da fronteira da Faixa Gaza, de onde Hamas lançou milhares foguetes. Por terra, ar e mar, com motos e parapentes, homens armados invadiram o território israelense pelo sul do país. Houve relatos de que os invasores atiraram em pessoas que estavam nas ruas e sequestraram dezenas de israelenses (incluindo mulheres e crianças), levados como reféns para Gaza.
▶️ Como foi a resposta de Israel? Diante da ofensiva do Hamas, o governo israelense iniciou uma retaliação. “Estamos em guerra e vamos ganhar”, disse o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, logo após o ataque. “O nosso inimigo pagará um preço que nunca conheceu.” Ainda em 7 de outubro, Israel lançou bombas em direção à Faixa de Gaza.