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Dólar e Ibovespa têm semana negativa, com receio de possível ampliação do conflito em Israel

 

Uma semana de perdas no mercado brasileiro chegou ao fim nesta sexta-feira (20), com o dólar e o Ibovespa apresentando resultados negativos. A moeda dos Estados Unidos à vista fechou a sessão novamente em baixa ante o real, em queda de 0,43%, cotada a R$ 5,0322 na venda. O Ibovespa, no quarto pregão negativo seguido, recuou 0,74%, a 113.155,28 pontos.

Na semana, o dólar acumulou baixa de 1,11%, e o índice de referência do mercado acionário nacional perdeu 2,25%.

Uma das explicações para esse desempenho são os temores, no mundo inteiro, de que o conflito no Oriente Médio, entre Israel e o Hamas, ganhe mais força e chegue a outros países. Isso estaria levando investidores internacionais a buscar a segurança dos títulos dos EUA, mesmo com a queda nos rendimentos dos Treasuries (títulos do Tesouro americano), o que também fez o dólar perder força.

Na B3, às 17h21, no horário de Brasília, o contrato do dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,59%, a R$ 5,0465.

No início da sessão, a moeda dos EUA chegou a oscilar em alta, tanto no Brasil quanto no exterior, reagindo ao novo avanço dos rendimentos dos Treasuries. Na cotação máxima do dia, às 9h38, o dólar à vista subiu 0,89% e chegou a R$ 5,0992. Antes das 11h, o dólar virou para o negativo ante o real.

“Tínhamos um dólar forte no início dos negócios, mas os Treasuries inverteram os sinais, e o dólar também inverteu ante o real e ante moedas como o peso mexicano e o rand sul-africano”, disse Jefferson Rugik, diretor da Correparti Corretora.

“Quando o dólar bateu perto dos R$ 5,10, muito exportador vendeu moeda, tanto no pronto [mercado à vista] quanto no [mercado] futuro”, acrescentou.

Na cotação mínima da sessão, às 15h08, o dólar à vista caiu 0,57% e marcou R$ 5,0252.

“Houve um alívio da pressão dos juros lá fora, o que deu uma aliviada também no Brasil. Isso fez o dólar cair ante o real”, explicou Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos.

No exterior, o dólar teve baixa, no fim da tarde, ante divisas fortes, enquanto adotava sinais mistos em relação a moedas de países emergentes e exportadores de commodities.

Às 17h21 (de Brasília), o índice do dólar, que mede o desempenho da moeda americana diante de uma cesta de seis divisas, caía 0,05%, a 106.160.

Pela manhã, o BC (Banco Central) vendeu todos os 16 mil contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de dezembro.

Ibovespa tem quatro quedas seguidas

O quarto pregão consecutivo de baixa do Ibovespa refletiu, segundo analistas, preocupações com o movimento dos Treasuries e com os próximos passos do Federal Reserve, além dos potenciais riscos do conflito entre Israel e o Hamas.

Na máxima do dia, o índice da Bolsa brasileira chegou a 114.089,58 pontos, e, na mínima, a 112.533,33 pontos. O volume financeiro somou R$ 24 bilhões, em sessão também marcada pelo vencimento dos contratos de opções sobre ações.

Para César Mikail, gestor de renda variável da Western Asset, os mercados continuam voláteis e devem permanecer assim até a estabilização dos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA, o que, afirma, acaba “nos impactando”. Isso porque o mercado brasileiro acaba tendo volatilidade parecida com a dos pregões no exterior.

Em Nova York, o S&P 500 encerrou em queda de 1,26%, mas o rendimento do Treasury de dez anos reduziu o fôlego e terminou o dia a 4,9073%, de 4,988% na véspera e após marcar 4,995% na máxima do dia.

 

R7

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