Caso Marília e Gabriel: réu fez perfil em homenagem a massacre escolar
André Felipe de Souza Pereira foi condenado a 2 anos e 3 meses de prisão por vilipêndio a cadáver, divulgação do nazismo e outros crimes
Réu condenado por divulgar fotos dos corpos dos cantores Marília Mendonça e Gabriel Diniz, André Felipe de Souza Alves Pereira, de 22 anos, criou um perfil no Twitter (atual X) em homenagem ao Massacre de Columbine, nos Estados Unidos.
A investigação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) que levou à prisão e posterior condenação de André Felipe foi revelada pela coluna Na Mira, do Metrópoles.
De acordo com a sentença do juiz de direito Max Abrahão Alves de Souza, o réu confessou ter criado o perfil @Klebold_OdiunX em “homenagem” a Dylan Klebold, um dos autores do Massacre de Columbine, que culminou na morte de 13 vítimas e dos dois assassinos na escola localizada no Colorado, Estados Unidos, em 1999.
Por meio desse perfil, André Felipe divulgou mensagens “de cunho violento, incentivo a mortes e com armas de fogo”.
O juiz enfatizou que as publicações do réu ocorreram no início do ano, quando o Brasil “vivenciava um ambiente de consternação e medo em virtude de ataques em escolas, circunstância que demonstra inequivocamente o dolo do acusado de atentar contra o regular funcionamento das instituições de ensino, de natureza pública ou privada”.
“Portanto, é seguro concluir que o acusado, com vontade livre e consciente, atentou contra o regular funcionamento do serviço público de educação”, escreveu o juiz.
A conduta de André Felipe também foi acompanhada pelo Ministério da Justiça, por meio da investigação Escola Segura. Em informações repassadas à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) – responsável pela prisão do réu, em abril deste ano –, o órgão federal informou que André Felipe fez diversas postagens ameaçadoras e com armas de fogo, “em clara alusão ao Massacre de Columbine”, segundo a sentença.
De acordo com o juiz Max Abrahão Alves de Souza, o nome do perfil, as fotos e as mensagens em alusão ao Massacre de Columbine demonstram que o réu tinha “objetivo de fomentar o pânico e prejudicar o regular funcionamento das escolas”.
No mesmo perfil criado em “homenagem” ao assassino americano, André Felipe também incitou a prática de homicídio contra desafetos.
Perfil nazista
André Felipe mantinha outro perfil, ODIM_HIEDLER (@Odim_XXX), no qual divulgou links que direcionavam às imagens dos corpos dos artistas Marília Mendonça e Gabriel Diniz. Ele também fez postagens racistas contra nordestinos e estrangeiros. Segundo o processo, o nome do perfil remete ao nazismo (Hiedler é o sobrenome do avô paterno de Adolf Hitler).
O réu chamou nordestinos de “escória” e sugeriu colocá-los em “campos de concentração”. Em relação aos estrangeiros, atribuiu a eles “a destruição dos povos e a miscigenação de culturas e nações”.
A defesa de André Felipe nesse processo judicial é feita pela Defensoria Pública do Distrito Federal (DPDF). Procurado, o órgão disse que não divulgará informações sobre o caso.
Metrópoles