Um parasita assustador é capaz não apenas de invadir o corpo de caranguejos, mas controlar o desenvolvimento biológico desses animais, a ponto de transformar machos em fêmeas.
A craca Sacculina carcini é capaz de invadir o corpo dos crustáceos — a vítima preferida é o caranguejo-verde — por pequenas partes desprotegidas e circula pela corrente sanguínea, enquanto se desenvolve.
Após se desenvolver, o parasita projeta uma porção chamada “externo”, que parece um saco, fixada no abdômen do animal. Mas, dentro do corpo dos caranguejos, tudo é muito mais assustador.
A craca projeta uma série de estruturas similares a vermes, que alcançam diferentes partes do corpo do hospedeiro, e passa a controlar o estômago, intestino e o sistema nervoso, para absorver nutrientes e comandar o comportamento dele.
Nesse período, o caranguejo é totalmente zumbi: para de crescer, toda a energia que consome é vai diretamente para os parasitas, e não é capaz de controlar os próprios movimentos.
Quando totalmente desenvolvidos, os parasitas inibem o crescimento de glândulas reprodutivas masculinas nos crustáceos, e os substitui por óvulos. Assim, os machos se tornam fêmeas.
No externo, os ovos do parasita se desenvolvem aos poucos. Em cerca de seis semanas, estarão prontos para a liberação na água. Quando a data chega, a craca faz o caranguejo subir uma pedra e soltar tudo.
E assim o ciclo continua.
R7