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Agora com um novo sorriso, Bolsonaro irá depor pela 5ª vez à PF

Tudo é falso em Bolsonaro. E não é a propósito da aplicação de lâminas de lentes de contato nos seus dentes, procedimento estético que passou com um odontólogo de Goiânia. Saiu de lá com o sorriso branco e brilhante das celebridades transnacionais.

Se pagou do próprio bolso a cirurgia? Dinheiro não lhe falta. E quando acha pouco, ele apela para novas doações. Arrecadou via pix mais de 17 milhões de reais nos últimos sete meses. A polícia investiga se não foi uma operação de lavagem de dinheiro.

Talvez o cirurgião tenha se dado por satisfeito com a mensagem que Bolsonaro postou nas redes como uma espécie de comercial:

“Eu te convido, né: quer dar uma melhorada na aparência? Vem para cá, doutor Rildo Lasmar vai fazer a diferença”.

Em troca de roupas, de cortes de cabelo e de produtos de beleza, Michelle, a ex-primeira-dama, fez comerciais em favor do seu séquito de prestimosos ajudantes que a acompanhavam por toda parte, até em viagens ao exterior a bordo do avião presidencial.

É a política de uma mão lava a outra, e as duas acabam se dando bem. Michelle queixava-se da mão fechada do marido que só pensa em acumular. Valeu-se do cartão de crédito de uma amiga para pagar despesas que ele não autorizava. É investigada.

Bolsonaro e Michelle foram intimados pela Polícia Federal a prestar depoimentos simultâneos em 31 de agosto. E não só eles. Na mesma hora e no mesmo lugar, também serão ouvidos:

* Fabio Wajngarten, assessor de imprensa de Bolsonaro;

* Frederick Wassef, advogado de Bolsonaro;

Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordem de Bolsonaro;

Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro;

Osmar Crivellati, braço-direito de Mauro Cesar Barbosa Cid; e

Mauro Cesar Lourena Cid, amigo de Bolsonaro há 40 anos.

O objetivo dos depoimentos simultâneos é evitar uma possível combinação de respostas. O grupo – ou a gangue – será interrogado sobre as joias milionárias sauditas presenteadas ao governo brasileiro e surrupiadas por Bolsonaro.

Tenente-coronel do Exército, Mauro Cid está preso desde de maio. Vive chorando pelo pai, o general Mauro Lourena Cid, que vive chorando de vergonha. O filho encarregou-se da venda das joias, recompradas depois; o pai, de mandar o dinheiro para Bolsonaro.

Coronel da reserva do Exército, Marcelo Câmara atuou na recompra do Rolex nos Estados Unidos. Mas quem o trouxe de lá foi Wassef, que o entregou a Mauro Cid. O segundo-tenente Osmar Crivelatti era quem cuidava das joias no Palácio do Planalto.

Michelle tinha um advogado de defesa para chamar de seu. Não tem mais: por decisão do marido, ela será defendida pelo mesmo advogado que o defende. É para evitar que um fale uma coisa à Polícia Federal, e o outro, outra. Oportuna decisão de Bolsonaro.

A unificação das defesas será impossível no caso dos demais convocados para depor. Mas como seria desejável, eles terão oito dias para combinar o que dizer. Bolsonaro terá mais uma oportunidade de apresentar o novo sorriso branco e brilhante.

Em tempo: a Polícia Federal localizou uma mensagem de Bolsonaro onde ele pede ao empresário Meyer Nigri, dono da Tecnisa, que compartilhe notícias falsas sobre ministros do Supremo Tribunal Federal e as urnas eletrônicas.

Metrópoles

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