Em março deste ano, a Operação Festa no Terreiro apreendeu, entre maços de cédulas, um bilhete com uma “Oração de São José”. Na reza, um mantra para multiplicar as finanças e nunca faltar dinheiro na sacola.
Seis meses depois, a segunda etapa da Festa no Terreiro bateu, mais uma vez, em portas pagãs. A peregrinação teve batidas policiais e prisões.
Entre elas, a do prefeito da cidade com nome de santo, São Mamede. O devoto Umberto Jeferson é apontado pelo Ministério Público como líder de uma ‘igreja’ suspeita de corrupção e desvios.
A nova operação bota muita ‘anjo caído’ para rezar. Principalmente, quem pensava que o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) estava em retiro.
Bate os sinos para avisar aos donos de batinas diplomadas, autores de promessas rogando para que promotor Octávio Paulo Neto fosse excomungado na fase de refluxo do combate à corrupção sistêmica no Brasil.
Com os últimos movimentos, o Gaeco manda um duro recado com endereço certo: o submundo da política que só vê negócio onde tem licitação, que só enxerga pedágio onde deveria existir aplicação séria do dinheiro público.
Para os fiéis da religiosa cobrança de dízimo em obras e serviços e para os glutões do submundo da política, o Ministério Público adverte sobre o oitavo mandamento, “não furtarás”.
Para os que insistem em não guardar o Êxodo 20:15, fica a profecia: qualquer dia, antes do sol raiar, “haverá pranto e ranger de dentes”. E, nessa hora, não adianta chamar por São José.
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