Torcedor do Flamengo preso pela morte de palmeirense é professor de escola municipal do Rio e não tem antecedentes criminais
Preso nesta terça-feira (25), o torcedor do Flamengo apontado como sendo o homem que lançou uma garrafa de vidro que atingiu e matou a torcedora do Palmeiras Gabriela Anelli Marchiano, de 23 anos, é professor concursado da Secretaria Municipal de Educação do Rio e não tem antecedentes criminais, segundo apurou o g1.
Jonathan Messias Santos da Silva, de 33 anos, tem um filho de 2 anos e estava em São Paulo no dia do incidente com um irmão e dois amigos, segundo a advogada do servidor municipal, Caroline Dias.
De acordo com a defesa, “ele não é ligado a nenhuma torcida organizada”, como disse a polícia paulista. Em nota, a Fla-Manguaça também informou que “o torcedor suspeito não faz parte ou envolvimento” com o grupo.
O professor foi encontrado em casa, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. No momento da prisão, estava dormindo. Segundo a Polícia Civil de SP, o homem foi identificado com auxílio do reconhecimento facial utilizado para acesso ao estádio do Palmeiras.
Segundo Ivalda Aleixo, delegada-chefe do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), o professor é o homem de barba e camiseta cinza que aparece em um vídeo atirando uma garrafa pelo espaço entre os tapumes que separavam as duas torcidas durante a briga.
A polícia excluiu a possibilidade de um palmeirense ter atirado o objeto que feriu Gabriela no pescoço, já que a perícia utilizou a sincronização do som para apontar de onde partiu a garrafa e em qual momento acertou a vítima.
A garrafa teria estilhaçado ao bater em um tapume de ferro, e seus estilhaços atingiram a palmeirense.
A jovem apresentava um corte de 3 centímetros no pescoço, segundo a polícia. Ainda de acordo com os investigadores, a reconstituição virtual realizada com imagens obtidas nos momentos que antecederam a morte de Gabriela indica que apenas o flamenguista atirou garrafas naquela direção.
Com essa conclusão, os agentes seguiram o trajeto feito por ele até ele entrar no estádio.
Segundo a Polícia Civil, imagens mostram que o homem chegou a trocar de blusa. Ele usava uma na cor cinza ao atirar a garrafa e já usava com uma do Flamengo ao entrar o estádio.
A polícia, no entanto, não acredita que a troca foi para se livrar do crime. A investigação então analisou diversas imagens do Allianz Parque até identificar e chegar ao professor.
Em silêncio
Jonathan não reagiu à prisão e permaneceu calado entre sua casa e a sede da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), na Barra da Tijuca. Na especializada, o professor também não quis prestar declarações.
Em seguida, ele foi levado para a Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, para a audiência de custódia. O homem será transferido para a capital paulista em seguida.
De acordo com dados da Polícia Civil do RJ, Jonathan não tem passagens pela polícia. Existem apenas duas ocorrências em que ele aparece como vítima de furto.
Ao g1, a advogada Caroline Dias afirmou que ele havia ido à São Paulo com o irmão e uma dupla de amigos. A defensora destacou ainda que seu cliente “não faz parte de torcida organizada, é apaixonado pelo Flamengo desde criança e é uma pessoa super pacífica“.
“Ele estava com o irmão e isso nunca aconteceu. Ele está sendo acusado de um crime muito grave, e a defesa não teve acesso ao inquérito. Ainda não conversamos com ele em particular. Mas, as informações preliminares são que ele estava no estádio com o irmão e dois amigos. Pelo que entendi, foi uma fatalidade e poderia acontecer com qualquer um de nós”, disse a advogada.
A defesa comparou o ocorrido fora do estádio a um acidente.
“Ninguém se vê numa situação assim. É como um acidente de trânsito que pode vitimar alguém.”
O g1 procurou a Secretaria Municipal de Educação (SME) e aguarda um posicionamento oficial.