Morreu na segunda-feira (5) a cantora e compositora Astrud Gilberto, aos 83 anos. Ícone da Bossa Nova, ela deu voz a canções que ganharam o mundo e ajudaram a musicalidade do país a se tornar conhecida no exterior. A informação foi confirmada por Paul Ricci, colaborador da artista, em uma postagem em uma rede social, atendendo a pedido do filho da cantora.
A informação também foi confirmada pela neta da artista, Sofia Gilberto, em uma postagem nas redes sociais.
Astrud Evangelina Weinert nasceu em Salvador em 1940 e foi morar com a família ainda criança no Rio de Janeiro, onde cresceu. Sempre se interessou por música. Em 1959, ela se casou com João Gilberto, de quem adotou o sobrenome.
No Rio de Janeiro, participou de apresentações ao lado do marido e de artistas como Nara Leão, Johnny Alf e Elza Soares, entre outros. Uma delas foi “A noite do amor do sorriso da flor”, no anfiteatro da Faculdade de Arquitetura da UFRJ, em 1960. A cidade influenciou a musicalidade e o trabalho de Astrud.
Em 1963, morando em Nova York, participou do álbum “Getz/ Gilberto”, de João Gilberto e o saxofonista Stan Getz, com arranjos de Tom Jobim.
O álbum foi um sucesso estrondoso e conquistou o Grammy de Álbum do Ano e de Gravação do Ano, com Garota de Ipanema. Ela chegou a concorrer a melhor performance vocal feminina, que perdeu para Barbra Streisand, e artista revelação, que perdeu para The Beatles.
Astrud e João Gilberto se separaram pouco depois do álbum que a consagrou internacionalmente, mas a intérprete seguiu a carreira com apresentações no Brasil e no exterior.
A artista realizou uma série de turnês no exterior, sempre levando a musicalidade do país para todo o planeta. Ao longo do tempo, o trabalho de Astrud se tornou cada vez mais autoral.
Em abril de 2002, Astrud Gilberto foi indicada para o “International Latin Music Hall of Fame”.