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El Niño: satélite da NASA identifica primeiros sinais do fenômeno climático

 

Os primeiros sinais da formação do El Niño foram detectados no Oceano Pacífico pelo satélite Sentinel-6, da Nasa, segundo comunicado publicado sobre o período que compreende o início de março e o final de abril deste ano. O fenômeno climático, segundo a ONU, tem grande possibilidade de acontecer este ano, o que pode levar as temperaturas globais a novos recordes.

— Estaremos observando este El Niño como um falcão — disse Josh Willis, cientista do projeto que coordena o satélite Sentinel-6. — Se for grande, o mundo verá um aquecimento recorde, mas aqui no sudoeste dos Estados Unidos podemos estar olhando para outro inverno chuvoso, logo após o encharcamento que tivemos no inverno passado.

O satélite identificaram que as ondas Kelvin —que podem ocorrer no oceano ou na atmosfera—, quando formadas no Equador, trazem água quente e estão associadas a níveis mais elevados do mar. De acordo com o relatório, as ondas, que começam na primavera no Hemisfério Norte, são conhecidas por indicarem a chegada do fenômeno El Niño.

“As ondas Kelvin, potenciais precursoras do El Niño no oceano, estão avançando pelo Pacífico equatorial em direção à costa da América do Sul”, afirmou o comunicado do Jet Propulsion Laboratory, centro tecnológico de pesquisa norte-americano, no sul da Califórnia.

O satélite Sentinel 6 ainda identificou um enfraquecimento dos ventos alísios, que sopram de leste para oeste na região equatorial. A condição climática pode trazer mais frio e umidade para o sudoeste dos Estados Unidos e períodos de seca para países como Indonésia e Austrália.

A Organização Meteorológica Mundial (OMN) calcula que o El Niño tem probabilidade de 60% de formação até o fim de julho e 80%, até setembro. Para a organização, o fenômeno está associado a um maior período de seca em algumas áreas e de chuvas fortes em outras.

— O mundo deve estar preparado para o desenvolvimento do El Niño, associado ao aumento do calor, seca ou chuvas em diferentes partes do mundo. Isso pode trazer alívio da seca no Chifre da África, mas também pode desencadear eventos climáticos e climáticos mais extremos — alertou Petteri Taalas, secretário-geral da OMM.

Segundo relatórios da OMM, o ano de 2016 foi o mais quente já registrado por causa do El Niño, que à época foi um fenômeno “muito poderoso”. Para a organização, o fenômeno está relacionado ao aquecimento provocado pelas ações humanas devido à liberação de gases de efeito estufa. O efeito que atinge as temperaturas globais geralmente ocorre no ano seguinte ao seu desenvolvimento e, portanto, provavelmente será mais aparente em 2024.

 

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