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Justiça civil dos EUA condena Trump em caso de abuso sexual e difamação

Jurados demoraram três horas para decidir que Trump foi culpado no caso da escritora E. Jean Carroll. O ex-presidente dos EUA sempre negou que tivesse cometido abuso sexual.

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump foi considerado culpado nesta terça-feira (9) em um processo civil por ter abusado sexualmente da jornalista E. Jean Carroll, em 1995 ou 1996, e, posteriormente, difamado a vítima.

Os nove jurados decidiram que ela deverá receber US$ 5 milhões (cerca de R$ 25 milhões) em compensações e ressarcimentos por danos. Esse não é um caso criminal, mas, sim, civil, então não há possibilidade de que Trump seja condenado a ir para a prisão.

O grupo de jurados demorou apenas três horas para deliberar. Trump sempre negou que tivesse abusado sexualmente de Carroll.

Entenda o processo

E. Jean Carroll, de 79 anos, processou Trump em 2022, alegando que ele a estuprou no vestiário da loja de luxo Bergdorf Goodman, em Nova York, em 1995 ou 1996.

Ex-colunista da revista Elle, ela também afirma que Trump a difamou depois que ela tornou pública sua acusação em um livro que ela publicou em 2019, “Para que precisamos de homens? Uma proposta modesta”.

A escritora disse, durante o julgamento, que não tinha ido nem à polícia nem ao hospital após o caso. Ela afirmou também que publicou a história no livro inspirada no movimento Me Too, de denúncias contra abusos sexuais.

“Levei muito tempo para perceber que ficar em silêncio não funciona”, disse ela.

E. Jean Carroll, escritora que processou Trump por estupro, após a sentença favorável a ela, em 9 de maio de 2023 — Foto: Brendan McDermid /Reuters

E. Jean Carroll, escritora que processou Trump por estupro, após a sentença favorável a ela, em 9 de maio de 2023 — Foto: Brendan McDermid /Reuters

Reação de Trump

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump disse nesta terça-feira (9) que a sentença de um tribunal de Nova York que o declarou responsável de abuso sexual é uma vergonha (para a Justiça, não para ele).

“Não tenho absolutamente nenhuma ideia de quem é esta mulher”, afirmou ele em sua rede Truth Social, ao se referir à acusadora, a ex-jornalista E. Jean Carroll. “Este veredicto é uma vergonha”, disse.

Processo civil

Na Justiça civil, a necessidade de demonstrar que o crime ocorreu não é a mesma que na Justiça criminal, de acordo com a agência de notícias Reuters. Na Justiça civil, Carroll precisava justificar que houve estupro com uma preponderância de evidências, ou seja, que é provável que Trump tenha cometido o abuso sexual. Se esse fosse um caso de Justiça criminal, o padrão seria outro: seria preciso apresentar provas que acabassem com qualquer dúvida.

Carroll precisou mostrar evidência clara e convincente. Entre as testemunhas, havia amigas dela para quem ela contou o caso na época.

Além disso, o processo contou com testemunho de duas outras mulheres que disseram que Trump as atacou sexualmente no passado.

  • A ex-repórter da revista People Natasha Stoynoff disse que em 2005 Trump a encurralou em seu clube Mar-a-Lago e a beijou à força por alguns minutos, até que um mordomo o interrompeu.
  • Outra mulher, Jessica Leeds, testemunhou que Trump a beijou, apalpou e colocou a mão em sua saia em um voo em 1979.

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