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Banco Central dos EUA sobe juros em 0,25 ponto percentual, para o maior patamar em 16 anos

O Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, aumentou os juros do país nesta quarta-feira (3) em 0,25 ponto percentual (p.p.), para uma faixa de 5% a 5,25% — na 10ª alta consecutiva e marcando o maior nível das taxas desde 2007.

A decisão veio em linha com as estimativas do mercado e, segundo a autarquia já vinha sinalizando, reflete os níveis ainda altos da inflação norte-americana.

No comunicado divulgado nesta quarta-feira, o Fed deixou de mencionar que “algum endurecimento adicional pode ser apropriado”. A citação constava no documento anterior, e sua retirada foi vista por analistas como uma possível sinalização de que o ciclo de aperto monetário está perto do fim.

“Tomaremos essa decisão a cada reunião, com base nos dados econômicos disponíveis”, disse o banqueiro central.

Sistema bancário e dívida pública

Em outro ponto importante, o Fomc também voltou a citar a turbulência que atingiu o sistema bancário norte-americano, diante da quebra dos bancos médios Silicon Valley Bank e Signature Bank e da crise enfrentada pelo First Republic Bank.

“O sistema bancário dos EUA é sólido e resiliente. Condições de crédito mais apertadas para famílias e empresas devem pesar na atividade econômica, nas contratações e na inflação. A extensão desses efeitos permanece incerta. O Comitê permanece altamente atento aos riscos de inflação”, disse.

Outro fator mencionado por Powell, e que também influenciou a decisão do Fed, é a dívida pública do país. Isso porque o governo dos Estados Unidos corre o risco de ficar sem dinheiro depois de 1º de junho caso não haja um aumento do teto da dívida, que está em discussão no Congresso dos EUA.
O teto da dívida é um limite estabelecido pelo parlamento norte-americano sobre o montante que o governo pode arrecadar com a venda de títulos públicos. Atingir esse limite significa que o país não pode mais captar recursos dessa forma, o que pode impactar o funcionamento da máquina pública.
“É essencial que o teto da dívida aumente para que o governo consiga pagar suas dividas. Caso contrário, estaríamos em território desconhecido, e os efeitos na economia seriam incertos e adversos”, continuou Powell.

Sobre o futuro da maior economia do mundo, o banqueiro central afirmou que não descarta uma “leve recessão” no país. Reforçou, no entanto, que é possível que o mercado de trabalho desacelere gradativamente sem causar, necessariamente, um “aumento extremo” do desemprego.

“Os salários têm se movido para baixo. Então, acredito que ainda é possível evitarmos uma recessão”, disse.

G1

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