As equipes de resgate na Turquia e na Síria fazem buscas durante a madrugada de terça-feira (7, ainda dia 6 no Brasil) na esperança de encontrar mais sobreviventes do terremoto de magnitude 7,8 que atingiu os países.
Já foram confirmadas mais de 5 mil mortes: na Turquia, 2.900 morreram, segundo o último balanço do governo; na Síria, foram 1.444, segundo a agência de notícias Reuters.
As autoridades temem que mais pessoas morram antes do amanhecer. Há possibilidade de tremores secundários, e as equipes de resgate ainda procuram sobreviventes entre emaranhados de metal e concreto dos escombros espalhados pela região.
A quantidade de prédios destruídos é grande: milhares de edifícios desabaram em uma área que se estende de Alepo e Hama, na Síria, até Diyarbakir, na Turquia.
Só na Turquia, mais de 5.600 prédios foram destruídos, de acordo com informações de autoridades do país. Hospitais também foram atingidos — uma unidade de saúde inteira caiu na cidade de Iskenderun.
Buscas por sobreviventes na cidade de Diyarbakir, na Turquia, em 6 de fevereiro de 2023 — Foto: Sertac Kayar/Reuters
Dezenas de milhares sem casa enfrentam o frio
Dezenas de milhares de pessoas ficaram desabrigadas na Turquia e na Síria, e essas pessoas enfrentam uma noite de frio.
Na terça-feira, a mínima em Gaziantep, na Turquia, deve ser de -3ºC. Em Alepo, na Síria, a mínima prevista é de 1ºC.
Na Turquia, as pessoas que não podem voltar para casa se refugiaram em shoppings, estádios, mesquitas e centros comunitários.
Terremoto mais forte desde 1939
Este terremoto de magnitude 7,8 foi o mais forte desde 1939 na região, que fica sobre várias placas tectônicas. Segundo relatos, o tremor durou mais de um minuto e meio e gerou dezenas de réplicas. A última delas foi outro terremoto de magnitude 7,6, também na região central da Turquia, por volta de 13h30 no horário local (7h30 no horário de Brasília).
A profundidade, de cerca de dez quilômetros, e a duração do tremor são dois fatores que explicam a grande destruição provocada — imagens mostram prédios inteiros desabados e municípios amplamente destruídos.
Segundo as autoridades, sabe-se que:
- Segundo o último balanço do governo turco, 2.300 pessoas morreram na Turquia;
- Na Síria, foram 1.444 mortos, segundo levantamento da agência Reuters;
- Mais de 5 mil pessoas ficaram feridas, e milhares ainda estão desaparecidas;
- Até a última atualização desta reportagem, mais de 40 réplicas foram registradas;
- O epicentro foi a 10 quilômetros da superfície, segundo o Centro Alemão de Pesquisa em Geociências — esta é uma profundidade considerada baixa, muito próxima ao solo, e pode explicar, em parte, o tamanho da destruição provocada;
- O epicentro do tremor foi no povoado de Kahramanmaras, próximo à cidade de Gaziantep, no sudoeste, bem perto da fronteira com a Síria, e atingiu um raio de cerca de 250 km;
- O noroeste da Síria também foi fortemente afetado;
- O tremor também foi sentido em Israel, Chipre e no Líbano;
- Segundo o governo turco, mais de 45 países já anunciaram que enviarão ajuda humanitária e equipes de busca (leia mais abaixo).
Pessoas procuram conhecidos entre escombros após terremoto. — Foto: Reuters/Sertac Kayar
Equipes de resgate e aeronaves da Turquia ainda vasculham toda a região ao redor da cidade de Kahramanmaras.
Edifícios foram danificados, e pessoas se reuniram em ruas cobertas por neve para não ficar dentro de prédios, como a televisão estatal TRT mostrou em sua programação.
O presidente da Turquia, Recep Tayip Erdogan, lamentou o episódio.
“Transmito meus melhores votos a todos os nossos cidadãos que foram afetados pelo terremoto que ocorreu em Kahramanmaraş e foi sentido em muitas partes do nosso país. Todas as nossas unidades relevantes estão em alerta sob a coordenação da AFAD”, disse.
Equipes de resgate carregam uma pessoa em uma maca em meio aos escombros — Foto: Reuterus
Ajuda global
Após o tremor, o governo turco declarou alerta de nível 4 de emergência nacional, o que significa um pedido de assistência internacional. Diante da solicitação, mais de 45 países já anunciaram ajuda, entre eles os Estados Unidos, Israel e Ucrânia:
- Estados Unidos: O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, instruiu órgãos do governo federal a avaliar as opções de resposta às áreas mais afetadas no terremoto da Turquia e da Síria, disse o conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, em comunicado;
- Alemanha: O país assumiu a coordenação da ajuda que sairá da União Europeia, segundo um porta-voz do governo. O governo fez uma reunião de crise nesta segunda. A Alemanha não tem relações formais com a Síria, mas também enviará ajuda por meio de organizações;
- Reino Unido: O governo britânico disse que enviará especialistas em busca e resgate e uma equipe médica de emergência à Turquia. A Grã-Bretanha enviará 76 especialistas em busca e resgate, quatro cães de busca e equipamentos de resgate que chegarão à Turquia esta noite, disse o Ministério das Relações Exteriores britânico. “Estamos prontos para fornecer mais apoio conforme necessário”, disse o ministro das Relações Exteriores, James Cleverly, em comunicado.
- Ucrânia: O presidente Volodymyr Zelenskiy disse que seu país está pronto para fornecer a assistência necessária ao povo turco “amigo”;
- Israel: O governo disse estar preparado para ajudar a Turquia.
Terremoto mata mais de mil pessoas na Turquia e na Síria — Foto: Arte/g1
G1