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Lula anuncia US$ 1 bi do Brasil para preservação de florestas: ‘Não é caridade, é investimento’

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta terça-feira (23) que o Brasil será o primeiro país a contribuir para o TFFF (Fundo Florestas Tropicais Para Sempre, na sigla em inglês) e investirá US$ 1 bilhão.

A iniciativa é brasileira e será lançada na COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025), que ocorre em Belém, em novembro.

“O Brasil vai liderar pelo exemplo e se tornar o primeiro país a se comprometer com o investimento no fundo, com US$ 1 bilhão”, declarou o petista, durante discurso na ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York, nos Estados Unidos.

A fala de Lula ocorreu na abertura de uma reunião sobre o TFFF. A sessão ocorre às margens da Assembleia Geral da ONU.

O presidente chamou a contribuição brasileira de “ambiciosa” e convidou os demais países a também investirem no fundo.

“O TFFF não é caridade, é um investimento na humanidade e no planeta, contra a ameaça de devastação pelo caos climático”, acrescentou.

Segundo Lula, parte dos investimentos será direcionada para populações indígenas e comunidades locais. “Mais do que proteger um bioma específico, o TFFF é um mecanismo para preservar a própria vida na Terra”, elogiou o petista.

O brasileiro defendeu a participação dos países com florestas tropicais nas discussões sobre preservação.

“Os países em desenvolvimento mutas vezes foram acusados de não cuidar do meio ambiente, mas de nada serve importar modelos distantes das realidades locais. Não haverá solução possível para as florestas tropicais sem o protagonismo de quem vive nelas”, destacou Lula.

Entenda

O fundo é complementar a outras medidas já existentes de apoio e financiamento a ações de preservação, conservação e recuperação ambiental.

A iniciativa é inédita e funcionará por meio de um mecanismo de financiamento. Os investimentos serão destinados a preservar as florestas tropicais — presentes em cerca de 70 países —, cruciais para a regulação do regime de chuvas e captura de carbono na atmosfera.

A expectativa brasileira é de que 20% do capital do TFFF deve ser feito por governos, e 80%, por fontes privadas, o que inclui fundos de investimento e filantropia internacional.

A contribuição ao fundo não será considerada uma doação, mas, sim, um investimento, com retorno anual competitivo em relação ao mercado e devolução integral do valor após cerca de 40 anos.

O Brasil já conduz negociações com potenciais investidores estrangeiros, como Reino Unido, França, Noruega, Alemanha e Emirados Árabes Unidos. A proposta também busca se articular com países da Bacia do Congo e da Ásia, que reúnem grandes áreas de florestas tropicais.

 

Portal Correio

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