Em sua última Copa do Mundo, Marta revela seu próximo projeto de vida: ser mãe

A despedida das Copas do Mundo na edição de 2023 já é uma decisão tomada por Marta. São seis conquistas como melhor do mundo, duas medalhas de prata olímpicas e uma prata em Mundiais na carreira. Um legado deixado no futebol. O adeus tem uma razão muito especial. Deixar um legado também no lado pessoal. A rainha deseja ser mãe. A camisa 10 já começou a entender como será todo o processo e cuida para que o corpo traga lá adiante um herdeiro com todo o carinho que ela já projeta. Engravidar é seu próximo projeto de vida.
– Porque tem muita coisa em jogo, vai depender muito, eu estou com 37, ano que vem vou fazer 38, uma próxima Copa estaria com que? Quarenta e um, aí é uma Formiga da vida, aí só Formiga conseguiu isso, e até hoje ela nunca me falou o segredo, se até lá ela me falar quem sabe, mas a gente também tem que pensar em outras coisas, ainda não descartei a possibilidade de ser mãe, então é algo que pode acontecer – afirmou Marta.
O sonho de ser mãe habita o coração de Marta há algum tempo. Uma lembrança em especial a faz querer com ainda mais intensidade. Ela lembra que não tem fotos de quando era bebê. Quer dar ao filho ou filha as memórias que hoje não tem.
– Não, não é um sonho recente, sempre tive esse desejo, essa vontade porque (choro) eu não tenho uma foto de quando eu era bebê, pela dificuldade da minha família, como falei, minha mãe criou a gente sozinha quatro filhos não tinha condições de pedir um fotógrafo pra tirar uma foto e quando pediu deve ter perdido, então até tinha aquelas fotos que você olha pelo binóculo mas perdeu de mudança de uma casa pra outra, então, foto que tenho quando era criança com 9, 8 anos, então, às vezes tento imaginar como eu era quando era criança e também pelo fato de eu gostar muito de criança, apesar de eu ser teoricamente mãe de meus sobrinhos, mas meu mesmo olhar assim e me ver de alguma maneira – disse.
Se as memórias fotográficas de bebê não existem, Marta construiu memórias bem mais fortes para todos os brasileiros. Das conquistas no campo ao discurso na ONU. Serviu de exemplo para que tantas mulheres pelo Brasil e pelo mundo se sentissem mais empoderadas. Criou suas lembranças não em fotos, mas em orgulho para o país. Orgulho para Emiliano, um dos nomes que a rainha já cogita para o filho. Confessa que nomes femininos ainda tem dificuldade de escolher.
– Emiliano. Ó, acho um nome forte, não sei. Marta, Emiliano Vieira de alguma coisa (risos). Marta, mamãe de Emiliano. Já imaginou isso? Vamos ver, seja o que Deus quiser, o que ele reservar a gente tem que aceitar – diz.
A trajetória deixou ainda um título especial: o de rainha. Posição conquistada com muito empenho, dedicação. Mais do que a palavra, Marta ressalta o carinho que colheu em sua carreira e por onde passa no mundo. Isso sim é o mais importante para ela.
– Eu não gosto muito de falar assim diretamente sobre minha pessoa, como as pessoas me tratam. Mas isso é um reconhecimento de um trabalho que a gente faz há muitos anos e faz com muito amor, eu particularmente não me sinto rainha. Eu sou uma simples mortal como todo mundo, mas receber o carinho das pessoas como recebo em qualquer lugar do mundo onde eu chego sem dúvida é a coisa mais gratificante que tem porque você acaba agradando de uma maneira geral pessoas do mundo inteiro, não só brasileiro. Não tem preço, esse carinho não tem preço, é uma das coisas mais fantásticas que a gente pode receber – disse Marta.